quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Poemas: Amatu'l-Bahá Rúhíyyih Khanum

Dize Que Sim, Meu Amor
Meu peito se tornou
o pavilhão dos ventos:

Se há coração lá dentro

é o fantasma de um coração.
Tão leve e etérea
está agora esta gaiola

que o pássaro de minh’alma

vê a libertação se aproximar.
Logo as grades
hão de sumir

como as brumas da manhã

desaparecem ao sol.
Quando a matéria vira sombra,
e a realidade se torna um sonho
.
Será que os sonhos

se tornam outra vez realidade?
Quando o pó retorna ao pó
com um suspiro satisfeito,

e os átomos se ajustam aos átomos

num padrão imemorial,

será que as coisas de minh’alma

tomarão forma e força
,
e eu voltarei a estar contigo?
Ah, dize que sim, meu amor!
Então talvez minh’alma

permaneça um pouco mais

nesta gaiola terrena
.
Eeu possa completar por ti

as poucas coisas que ficaram inacabadas

quando a morte nos sobreveio
.
E te levou para tão longe.
Amor, as barras são tão finas,
destranca a porta,

ou abre-a para o vôo;

Pássaro e gaiola são

todos teus;

Sempre foram e sempre serão!


21 de março de 1958
Amatu'l-Bahá Rúhíyyih Khanum
(1910-2000) 

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