domingo, 13 de setembro de 2009

Perfume
Dobro lentamente a blusa que permanecia guardada numa mala!
O perfume que se esvai dela, enche o quarto e o meu coração.
Entra através da minha pele e como veneno letal
toma conta dos meus sentidos.
Sinto-me prisioneira de uma prisão que eu mesma criei.
Fecho os olhos e na sombra, consigo sentir a tua presença, o teu calor.
Não quero acordar para o mundo e me escondo
sem hesitar, na minha fantasia...
Respiro profundamente e o perfume percorre todo o meu corpo, minha alma.
Deixo que ele me transporte através do tempo e a tua presença fica mais forte, mais nítida.
Quase escuto a tua voz...
Me entrego, sentindo aos poucos, essa sensação de encanto e dor.
Tudo parece real e deixo que a minha imaginação vagueie pelo espaço sem limites.
A inteligência me grita que não, e a emoção me sussurra que sim!
O perfume se transforma na personificação do teu inexistente corpo.
É tarde e começo a sentir em mim, os efeitos dessa loucura.
O perfume se dissipa aos poucos e a realidade me resgata do vazio...
Ela sempre acaba roubando o lugar que foi teu um dia!
Poema de:
Maria Angélica Fontes Pereira De Mello

2 comentários:

L.S. Alves disse...

Para certas pessoas o melhor é mudar tudo. Não deixar resquícios do passado. Dessa forma elas podem ter uma chance de seguir em frente.
Um abraço moça.

Rita Schön disse...

Fico pensando que, para a maioria das pessoas o melhor seria poder mudar tudo. Algumas correntes filosóficas ou religiosas, dizem que o passado não existe. Eu acredito piamente que o passado não exista mesmo. Existe apenas o presente. E somos ,aqui e agora,no presente, aquilo que ficou láááá, atrás, no passado, tudo o que aconteceu e bom e de não tão bom é passado e construiu o nosso presente. Isso é o que nos diferencia dos alienados. O passado passou, mas deixou marcas, boas e não tão boas, mas que são a estrutura daquilo que somos agora.
Abraço, e obrigada pelo "moça".