quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sobre as mães, mãe natureza



Em seu livro A Grande Mãe, Erich Neumann observa que, ao dar à luz, a mulher é órgão e instrumento de transformação tanto de si mesma como do bebê. Seu corpo é um veículo inconsciente através do qual a natureza se reproduz. Ao dar à luz a mulher transforma-se em mãe e, ao contrário do homem, se torna a mãe da qual proveio. O que nasce dela lhe pertence e permanece ligado a ela. Nutrir e proteger, acalentar e sustentar são as funções do feminino materno com respeito à criança. Essa energia materna instintiva é um poder impressionante da mulher. Mas isso não impede que uma mãe cometa erros, mesmo quando quer acertar. A minha cometeu, e eu provavelmente também os cometi. Hoje comemoraria-se o seu 30º aniversário, o único lugar em que você permanece vivo é na minha lembrança e no meu coração. Visitando a minha mãe na UTI, muitos pensamentos me ocorreram. Nestas horas difíceis, o pior e o melhor de nós vem à tona. Curitiba está linda com seus Ipes floridos, Glicínias de todas as cores espiando por cima dos muros. Um festival de cores, é a vida que segue em frente, independente do que acontece na intimidade do coração de cada um. Esse é o grande mistério, as mortes e ressureições, as reconstruções que acontecem apesar de tudo, pois é preciso reconstruirmo-nos, procurar de novo as nossas raízes e encontrar os nossos alicerces. É necessário reaprender a escutar o canto dos pássaros, a olhar uma criança que cresce ou uma flor que desabrocha.






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