INVOCAÇÃO
Nada mais pode curar esta ferida;
Só a terra e o pó
Podem estancar esta dor.
Derramai a terra gentil,
Em cujos grãos a vida
Se prende de mil modos,
Jogai-a sobre minha cabeça e meu coração;
Somente isso me pode curar.
O bálsamo do maior dom da vida:
A morte, majestosa, final, selo dos selos.
Dai-me isso para estancar meu sangue,
Pois a ferida sangra sem sessar.
Eu desmaio, eu cambaleio, eu caio;
Ah, Deus! Misericórdia!
Não nos escutas?
Também nos negas teus ouvidos
Como Tua face
Que nos mostravas
Na face de um ser amado?
Piedade, ó Compassivo!
Rebenta as cadeias,
Liberta-me.
Todo o meu ser anseia,
Como um rio inquieto,
Pelo deserto da morte!
18 de dezembro de 1957
Amat'ul Bahá Rúhiyyih Khanun
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