09/09/2009 = 29

  

  

Muitos "9,s" marcaram a tua curta porém intensa jornada junto de nós. Hoje, os noves estão por demais, apenas coincidência? Não sei. Porém como ando procurando pêlo em ovo, achei muito significativo isso. Coincidência ou não, agora pela manhã ouvi no telejornal que o dia de hoje é um dia sagrado para os chineses, um dia de sorte maior. Dia em que eles costumam celebrar muitos casamentos. Chamam este dia de: Dia da Eternidade. Na minha curta visão, eternidade é todo dia, uma vez que: se há eternidade, então o agora, este instante também é eternidade. Mas sempre gostei das coisas da cultura chinesa. Uma mulher certa vez me disse que eu tive uma encarnação como oriental e que marcou-me muito, tanto que tenho alguns traços orientais, herdados não sei de quem. Em 09/09/80 quando do teu nascimento, o médico que assistiu teu parto, que te trouxe à luz, perguntou-me se teu pai era oriental.  Quero deixar aqui hoje a minha singela homenagem. Os laços que unem mãe e filhos, são laços que só podem ser entendidos por quem criou também estes laços através da maternidade. E estes laços não se desfazem, nem mesmo a morte consegue separar mãe e filho. Se isso é bom não sei. Sei que é bastante doloroso, e complicado. Tem que se ter muito cuidado para que o laço não se transforme em nó. Isso também, só a mãe que viveu e vive esta experiência, de ter sido apartada de algum filho, sabe dimensionar.

Blues Fúnebre

Parem todos os relógios, que os telefones emudeçam.
Para calar o cachorro, um bom osso lhe ofereçam.
Silenciem os pianos, e em surdina os tambores
Acompanhem o féretro. Venham os pranteadores.

Que aviões a sobrevoar em círculos lamurientos
Rabisquem no céu o Anúncio de Seu Falecimento.
Que nas praças as pombas usem coleiras de crepe, em luto,
E os guardas de trânsito calcem luvas negras em tributo.

Ele foi meu norte, meu sul, meu nascente, meu poente.
Foi o labor da minha semana, meu domingo indolente.
Foi meu dia, minha noite, meu falar e meu cantar.
Julguei ser o amor infindo. Como pude assim errar?

Já não me importam as estrelas: fique o céu todo apagado.
Empacotem e embrulhem a lua; seja o sol desmantelado.
Esvaziem os oceanos, do mundo sejam as florestas varridas.
Porque agora, para mim, nada resta de bom nesta vida.

Esta é uma tradução do poema Funeral Blues que foi escrito por W.H. Auden (Wystan Hugh Auden) em 1936, como a Canção 9 do livro Twelve songs, e costuma ser citado como expressão exemplar de um forte sentimento de perda e de luto, individual ou coletivo.

Tradução de Humberto Kawai

  

  

As Alamandas que recebi hoje e que são tão significativas, vou deixá-las aqui, neste meu jardim virtual.