SONETO DE JÓ
“Este grito que é rio amargo choro
que não é meu apenas, mas de todos
que o filtro das insônias decantou,
ouve-o, senhor, que é grito de infelizes.
Perdi-me e te procuro pela névoa
no céu em fogo, no calado mar,
a teus pés volto.
Faça-se o que queres.
Tanto me destes que por mais que tires
sempre me resta do que tu me destes.
Deus necessita do perdão dos homens
e é esse perdão que venho te trazer.
Com o coração rasgado mais ao alto,
Senhor Te entrego os filhos que levastes
pelo amor dos filhos que ficaram”.
Odilo da Costa Filho
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